A Distopia Coreana

“Distopia: nf; Ideia ou descrição de um país, de uma sociedade ou de uma realidade imaginários em que tudo está organizado de uma forma opressiva, assustadora ou totalitária; por oposição a utopia”. É possível pensar em vários momentos na História da Humanidade que se assemelham a uma distopia: a peste bubónica, a ditadura do Estado Novo, a Alemanha nazi… No entanto, em pleno século XXI, há ainda casos distópicos que afetam gravemente a vida de milhares de pessoas, como é o caso da ditadura liderada por Kim Jong-un, na Coreia do Norte.

Desde a sua fundação como Estado independente, os líderes da Coreia do Norte têm cometido uma série de crimes contra a Humanidade. Sob pena de execução pública, os coreanos estão proibidos de atender qualquer manifestação religiosa não autorizada, manter contacto com pessoas fora do país e até de ver filmes norte-americanos ou sul-coreanos. A sua população vive numa bolha isolada do resto do mundo e, em certos casos, não tem conhecimento sequer da existência de outros países. Isto acontece por terem acesso apenas a um canal televisivo onde podem assistir exclusivamente a propaganda a Kim Jong-un. Dão-se ainda muitas detenções de cidadãos que falham ao regime. Estes indivíduos são geralmente enviados para campos de trabalho forçado ou de concentração, juntamente com as suas famílias. Para os campos de trabalho forçados são enviados presos comuns, sujeitos a desnutrição, acidente de trabalho e tortura, acabando muitas vezes por morrer. Já os campos de concentração destinam-se exclusivamente à punição de presos políticos. A fuga deste país é estritamente proibida, e a sua punição é tão severa que quem se atreve a tentar chega a leva veneno ou algo que lhes permita cometer suicídio e evitar a tortura que têm pela frente.

Era de esperar que em pleno século XXI, com toda a informação a que a população tem acesso, todo o conhecimento histórico adquirido e com tantas organizações destinadas a manter a paz e salvaguardar os direitos humanos, situações destas não fossem uma realidade. No entanto, países como a Coreia do Norte, Venezuela, Rússia ou Afeganistão surgem a provar o contrário- as “distopias” não fazem parte do passado.

Inês Gonçalves, 12.º E/F, ESPAM-AESA

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