18 de abril de 2024. Dia Aberto no Agrupamento de Escolas de Santo André. Logo pela manhã, na Escola Básica n.º 2, já se sentia a expectativa e o frenesim de um dia diferente. E assim, os alunos do Pré-escolar e do 1.º Ciclo rumaram até ao Parque Central onde desenvolveram diversos jogos/atividades desportivas/ioga, finalizando com um piquenique. Na Escola Básica n.º 3, as atividades experimentais começaram com as crianças da Educação Pré-escolar no papel de pequenos cientistas, estendendo-se, posteriormente, esse espírito investigativo a todos os alunos do 1.º Ciclo. Na Escola Básica n.º 4 todos os discentes participaram em diversos ateliers ao longo do dia, relacionados com música, jogos tradicionais, atividades experimentais, pintura e histórias que encantaram e maravilharam. A Escola Básica de Deixa-o-Resto, por sua vez, dinamizou um conjunto de experiências que aliou o brincar ao aprender, sob o lema “Fazer experiências, Viver Ciências”. Foram desenvolvidas atividades com o intuito de despertar o interesse e a curiosidade das crianças, fazendo-as refletir sobre os fenómenos físicos e químicos.
Entretanto, na ESPAM, o entusiasmo pairava no ar: a escola abria-se à escola. Era tempo de partilhas. O 7.º A, por exemplo, às oito e meia, visitou a exposição do átrio da Direção, enquanto esperava pelo torneio de vólei, em que alguns elementos da turma iriam participar e os restantes apoiar. Levavam a tarefa de observar, com cuidado, os artefactos da exposição e decidir-se por um que mais os impressionasse. Desta visita resultou um painel na sala de aula com as suas escolhas identificadas. A exposição é subordinada ao tema «25 de Abril | 1974-2024 – 50 anos de democracia e liberdade» e irá figurar naquele espaço até meados de maio. Trata-se de uma exposição de poesia [Manuel Alegre, Miguel Torga, José Fanha, José Jorge Letria, José Carlos Ary dos Santos, outros], de música [Zeca Afonso, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho, Simone de Oliveira, José Mário Branco, outros] e de fotografia/gravura/ilustração [Alfredo Cunha, Claudino da Costa Ramos, Carlos Gil, outros] comprometidas com a liberdade, com a luta pela democracia ocorrida com a ‘Revolução do Cravos’ versus Estado Novo. Ali, assistimos à contextualização deste momento crucial da história portuguesa, desconhecida pelos mais jovens, a par de uma mostra de livros/curiosidades alusivos à “Operação Fim de Regime” que pôs termo a 48 anos de ditadura em Portugal. Continuando pelos corredores da ESPAM, encontrámo-nos no átrio com um grupo de alunos e a sua professora, que aí desenvolviam uma atividade, o “Bar Gourmandises”, como já é costume, há cerca de 30 anos. Os alunos do clube de Francês e os alunos do 7º ano de Francês fizeram a massa e confecionaram crepes, durante a manhã para toda a comunidade escolar. Esta atividade também decorre todos os meses, como bar de apoio aos projetos de programação teatral da AJAGATO.
Da parte de tarde, os alunos do 3º ciclo participaram num Peddy Paper, organizado no âmbito do Clube Europeu e do projeto Happy Schools, subordinado ao tema “A União Europeia”. As várias equipas participaram com entusiasmo, passando pelas várias “estações”, pondo à prova os seus conhecimentos sobre os países da União Europeia e as suas instituições. No fim, foram muito apreciados os prémios entregues às equipas vencedoras. Ainda na ESPAM, foi todo o dia a vibrar e esperar pelos vencedores do Torneio Interturmas de Voleibol, atividade que contou com a presença de 162 alunos. Este ano ganhou o 12ºA, isto nos mais crescidos, e o 7ºA, 8ºC e 9ºD, nos mais novos.
Também nas Artes, em conjunto com o grupo de História, o tema foi o 25 de Abril, com elaboração de cravos e montagem de três painéis alusivos. Ainda tiveram tempo para realizar “cores de abril”, pinturas e imagens alusivas a essa data marcante na nossa recente história. Os professores de Matemática organizaram uma sala de jogos matemáticos. Foram vários os alunos que passaram pela sala para jogarem os diversos jogos existentes e alguns acabaram por voltar várias vezes. Entre os imensos jogos da sala, alguns destacaram-se mais do que outros, nomeadamente: Ouri, Rummikub, xadrez, o jogo dos gansos e da raposa, Triominos, Hex entre outros.
No Laboratório de Química estiveram os alunos do clube de ciência com o programa “Laboratório dos Pequenos Cientistas”. Aí, realizaram experiências tais como a pasta de dentes do elefante, espuma colorida, o vulcão, pega-monstros entre outras. O público-alvo foram essencialmente os alunos do 7º ano e constituíram uma fonte de inspiração para a compreensão de fenómenos científicos.
Os alunos do Curso Profissional de Gestão de Equipamentos Informáticos participaram no Dia Aberto através da atividade “Digital em Ação”. Nesta iniciativa estiveram disponíveis programas realizados em Visual Basic. Foram também realizadas demonstrações da utilização e programação dos robôs BeeBot e mBot Ranger e do drone Parrot. Estes alunos fizeram também a cobertura de outras atividades desenvolvidas neste dia que divulgaram, no âmbito da atividade de comunicação com a comunidade. Esta atividade consiste na presença do AESA no Instagram, onde se “vê” com regularidade a nossa estimada gata Chinoca a divulgar eventos da escola e não só… (sugerimos que passem pelo Instagram e visitem chinoca.aesa).
A Educação Especial esteve, neste dia, literalmente às escuras, ou seja, efetuou durante todo o dia uma atividade cuja finalidade consistia em experienciar a condição da cegueira, valorizando uma das diferenças que esta condição determina. Para o efeito, os participantes foram convidados a provar alguns alimentos e bebidas (disponíveis numa mesa) com os olhos vendados, de forma autónoma. No final da experiência vivida, cada participante (alunos, assistentes operacionais, professores) fez um registo sobre as sensações/sentimentos tidos durante a mesma. Transcrevem-se alguns dos registos que evidenciam o envolvimento e a satisfação dos participantes na atividade, nomeadamente, “Foi uma bela experiência, “ver” através do tato e paladar é realmente outra vivência. Assim podemos usar mais profundamente outros sentidos.”; “Foi uma experiência que despertou muita curiosidade. Senti que os meus outros sentidos ficaram mais apurados.”; “A experiência foi incrível e um desafio que pôs à prova todos os nossos sentidos, confiando apenas nas sensações.”; “A experiência foi ótima, gostei bastante, voltaria de novo.”
Por fim, na Escola Básica nº1, os alunos de Educação Musical, Visual e Tecnológica participaram em várias atividades, desde a Musicoterapia (procurou-se proporcionar um ambiente calmo e de introspeção, através de música ambiente, e a projeção de efeitos visuais “fractais” como fonte de inspiração, enquanto pintavam “mandalas tibetanas”, valorizando a estética e a tomada de decisões na escolha das cores e combinações possíveis para a realização da mandala) até à exposição de trabalhos de Educação Visual e Tecnológica, foi grande o frenesim. Os alunos de Matemática e de Ciências Naturais do 5º e do 6º anos tiveram a oportunidade de participar em atividades experimentais propostas, incluindo observações microscópicas, visualização de trabalhos em 3D realizados pelos alunos no âmbito da disciplina de CN e também de espécies diversificadas de borboletas e outros insetos. Em paralelo, os docentes da disciplina, dinamizaram Jogos Matemáticos, nos quais os alunos puderam desenvolver habilidades na escolha estratégica para a resolução de problemas.
Por Arsénia Piteira, Cristina Felicíssimo, Gracinda Vieira, Helena Alves, Helena Inverno, Joaquina Carmelo e Nuno Carvalho.
Jornal 855 – Junho de 2024