Às vezes, oiço os pássaros

Às vezes, oiço os pássaros,

Que cantam harmonicamente

O som da natureza,

Apesar da dureza

Que enfrentam diariamente.

Ai! Poder fazer como eles!

Cantar o som do ar, sem me cansar,

Enquanto vivo.

Mas infelizmente não me esquivo,

Desta triste e inóspita vida.

Para onde eu vou, a solidão segue.

E com ela traz a escuridão,

Que é envelhecer sozinho.

Sem ninguém p’ra partilhar caminho,

Nesta árdua e cansativa jornada que é viver!

Ai! Poder voar como eles!

Para as montanhas despovoadas,

Onde o que predomina são harmonias abençoadas,

E não cidades cinzentas, com figuras desalmadas

Que só pensam no seu umbigo.

O mundo está em declínio.

Mas o pássaro canta.

Canta a sua alma e espanta

Aqueles que não têm voz.

Ai! Poder ter voz…

Às vezes oiço pássaros

E eles ouvem-me a mim…

Rafael Sousa, 12.º A, ESPAM-AESA

Prof.ª Paula Delgado

Fotografia: Paula M. Carvalho

Jrnal O Leme 833 – Junho de 2023

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