Professores do AESA no Erasmus+ EFP

França – Calais

O projeto Erasmus+ EFP proporcionou mais uma experiência de formação, na modalidade de Job-Shadowing, que decorreu no Liceu de Coulogne, Calais, na penúltima semana de março de 2023.

Nesta mobilidade a França participaram duas docentes: a diretora e a assessora do AESA, professoras Maria Manuela Teixeira e Paula Moreira de Carvalho, respetivamente.

A escolha desta mobilidade foi motivada pela necessidade de conhecer, no âmbito do ensino profissional, outras realidades, particularmente a do ensino francês, comparativamente ao português, com o propósito de estabelecer parcerias, assim como promover a criação de redes de instituições de educação, e de formação a diversos níveis transfronteiriços.

As professoras do AESA tomaram contacto, num primeiro momento,  com o sistema educativo francês através da formadora responsável pelo projeto Erasmus, Vanessa Foussier e, no terreno, conheceram a realidade de uma escola cuja oferta formativa compreende profissões ligadas à natureza e ao meio-ambiente, tais como horticultura, aquacultura, paisagismo, cuidados prestados a animais domésticos, poda de árvores, de entre outras [o liceu de Coulogne compreende um parque paisagístico com 10 hectares, 550 alunos externos e 230 em regime de internato].

O ensino profissionalizante pretende ser o mais prático possível para que os alunos se sintam motivados, encontrem os seus próprios percursos [“Chacun sa route!”] e comecem a trabalhar nas empresas onde efetuam os seus estágios. Note-se, porém, que as empresas, assim como a própria região, apostam fortemente na formação profissional dos jovens, em virtude de existir, por um lado, uma enorme carência de mão-de-obra com conhecimentos nas áreas suprarreferidas; por outro, tratar-se de uma região inserida numa reserva natural e com um forte setor primário. No entanto, esta instituição recebe alunos de outras regiões francesas.

A observação de aulas in loco, de horticultura [estufas de legumes e flores], aquacultura [tanques de água salgada e doce], cuidado/limpeza /tratamento de animais domésticos, biologia [aula de campo dada numa reserva natural], permitiram às docentes visionar a interação professor-aluno e a forma como aquelas são ministradas. Aos alunos é-lhes solicitada toda uma autonomia e responsabilidade, uma vez que são eles os responsáveis pela manutenção dos espaços onde trabalham/estudam.

A visita compreendeu ainda o acesso a um centro de documentação e informação (CDI) espaço onde os aprendentes preparam, previamente, as fontes/documentação para a lecionação de conteúdos, devidamente acompanhados por uma técnica/documentalista que trabalha em estreita articulação com os professores.

Partilharam-se impressões/reflexões/experiências/comparações, quer com o diretor do estabelecimento, Mr David Vandewalle, quer com os docentes/formadores Christelle Boudet, Mr Armel Hochart, Isabelle Scoliège, Virginie Kieçon (responsável pelo CDI), Isabelle Merlen, Marie Deharte, Vanessa Foussier, de entre outros, a quem nós agradecemos a forma como fomos gentilmente recebidas e acompanhadas ao longo da semana.

É de realçar que, nesta escola/sistema, a componente burocrática, associada aos cursos profissionais e de aprendizagem, é realizada por técnicos contratados [35 horas semanais] para esse efeito, que têm a seu cargo, nomeadamente, a saber: a orientação vocacional, os contactos e contratos com as empresas e alunos/pais; o redirecionar os jovens para outros percursos formativos; o aconselhamento; os contactos com os serviços sociais, de entre outros. Contrariamente, no sistema português, toda a componente burocrática recai nos professores, sendo-lhes atribuídas 2 horas letivas no seu horário semanal para a efetuarem.

Por último, as docentes tiveram ainda oportunidade de efetuar visitas culturais, quer no norte de França, apesar do mau tempo que se fez sentir, quer na capital francesa, Paris, onde, no momento, decorrem violentas perturbações sociais provocadas por manifestações que se insurgem contra o aumento da idade da reforma.

Professoras Manuela Teixeira e Paula Moreira de Carvalho, AESA-ESPAM.

Fotografias: Professoras Manuela Teixeira e Paula M. Carvalho; alunos numa saída de campo a recolher e restituir anfíbios ao respetivo habita; CDI do liceu, com V. Kierçon.

Na quinta-feira, dia 9 de março, alunos das turmas do 10ºE, 10ºF, 11ºE, 11ºF, 12ºE e 12ºF da Escola Secundária Padre António Macedo participaram numa visita de estudo a Vila Viçosa e Campo Maior.

Começaram por conhecer o Paço Ducal em Vila Viçosa, residência e casa de férias da dinastia de Bragança, usufruindo de uma visita guiada. Percorreram os vários espaços, desde a sala de jantar, passando pelos quartos e terminando na maior cozinha da Europa.

Ao longo da visita, ficaram a conhecer a origem das mobílias, os autores dos inúmeros quadros, a história deste edifício e de quem lá morou. Na parte final, fizeram um percurso pelas antigas cavalariças, podendo observar uma série de carruagens e outros veículos antigos, entre os quais o landau no qual o rei D. Carlos I e seu herdeiro foram assassinados.

Pela tarde, os alunos deslocaram-se a Campo Maior para visitar o maior museu do café da Europa, o Centro de Ciência do Café, no qual ficaram a conhecer a origem e a história desta bebida tão apreciada, a sua produção e as suas variedades. Através de várias atividades interativas e lúdicas, os alunos acederam com grande motivação a um conjunto muito rico de informação.

O contacto com estes dois espaços contribuiu para o conhecimento do nosso património histórico e cultural, contextualizando os conhecimentos adquiridos nas aulas e fomentando a cultura geral dos alunos.

Beatriz Coelho, 12º E, ESPAM-AESA. Professoras Clara do Vale e Helena Inverno

Jornal “O Leme” 829 de Abril de 2023

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