Filosofia para Crianças

“O que os filósofos e as crianças têm em comum é a capacidade de maravilhar-se com o mundo”

“Se os porquês são tão naturais para a criança, porque é que a Filosofia para Crianças se revela um trabalho difícil?”

 (M. Lipman)

A Filosofia para Crianças visa melhorar o espírito crítico, as capacidades de verbalização de ideias e de argumentação e reforçar a estrutura lógica do pensamento. Tem-se desenvolvido em diferentes países, ganhando cada vez mais a adesão de muitos filósofos e professores, enquanto espaço de questionamento, problematização e confronto de ideias, fomentando a reflexão com grupos de crianças e jovens. 

Neste sentido, no AESA, as professoras Cira Cardoso e Helena Marques iniciaram, no presente ano letivo, uma experiência com a turma do 3º ano do ensino básico, na Escola Básica nº3.

A ideia de articular e de concretizar este projeto, surge do facto de verificarmos que existe, de forma mais premente, a necessidade de fomentar o hábito de cada um pensar pela “sua própria cabeça” e de desenvolver o espírito crítico. A capacidade de questionar, de aprofundar o conhecimento, para encontrar as melhores soluções, é uma necessidade da vida diariamente para todos nós.

Tal como salienta a UNESCO, a Filosofia para Crianças é um método pedagógico estruturado, que estimula e capacita as crianças a procurarem respostas racionais e justificadas para questões importantes, que não têm respostas simples. Esta área da Filosofia tira proveito da curiosidade natural das crianças para envolvê-las no diálogo filosófico, ou seja, numa discussão profunda de questões que não têm resposta clara e sobre as quais diferentes pontos de vista podem ser desenvolvidos, explicados e justificados. Envolvendo-se numa discussão de pontos de vista, por vezes conflitantes, as crianças desenvolvem argumentos claros e justificativos para as suas opiniões. Quando as crianças evoluem no desenvolvimento do seu raciocínio, e começam a reconhecer que outras pessoas têm diferentes pontos de vista, tornam-se mais gentis e atenciosas com o outro.

A experiência de ouvir, cuidadosamente, as ideias dos outros pode reforçar a autoestima e a confiança e a aprender que podem discordar, sem desrespeitar. Para crianças, em idade escolar, a participação é um fator-chave na promoção tanto do bem-estar emocional como moral.

Professoras Cira Cardoso e Helena Marques

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.