Saúde Mental – questões a saber a partir do cinema em sala de aula

Os transtornos mentais (psiquiátricos ou psicológicos) incluem as alterações de pensamento, emoções e/ou comportamento. Cerca de 50% dos adultos tende a sofrer de doença mental em algum momento da sua vida. Apesar dessa prevalência elevada de doenças mentais, apenas cerca de 20% das pessoas, que têm doença mental, procura assistência médica.

No âmbito da disciplina de Psicologia, visionámos o filme “Guia para um Final Feliz” sobre a bipolaridade. Esta caracteriza-se por eventos alternados de humor (mania/hipomania e depressão) e tratamentos adequados, entre os quais a medicação, a par de acompanhamento psiquiátrico regular para a ajustar nos casos de ineficácia, ou de efeitos secundários, que possam contribuir para reduzir a adesão à medicação, e intervenções psicossociais para o doente aceitar que tem a doença, mas que pode e deve tratar-se.

Podemos identificar vários sintomas da bipolaridade através do visionamento do filme, como, por exemplo, o aumento da energia levando à hiperatividade, o desejo intenso de falar e a redução da necessidade de sono. É ilustrativa a cena em que Pat (personagem interpretada por Bradley Cooper), com a ideia de retomar obcecadamente o seu casamento, procura ler todos os livros que a sua ex-mulher utiliza nas aulas e, de forma incontrolada, entra, exaltado, a meio da noite no quarto dos pais para falar sobre o conteúdo dos mesmos. O aumento da autoestima, com ideias de grandeza e o sobrestimar das suas capacidades, características desta doença, está, de igual modo, presente nas cenas do jantar e do “primeiro encontro” entre Pat e Tiffany (personagem interpretada por Jennifer Lawrence) em que Pat se compara a Tiffany, transmitindo-lhe um valor de superioridade. A perda das inibições sociais, podendo levar a condutas imprudentes, assim como a presença de questões impróprias apresentando comentários “sem filtros, são distúrbios que podemos visionar neste filme. Por outro lado, ao longo da película, assistimos a perturbações características da bipolaridade, como, por exemplo, quando Pat se envolve em atividades de risco, incontroláveis, ou em gastos excessivos. Agitação intensa ou atividade motora excessiva, inquietude são outros dos possíveis distúrbios que se verificam, por exemplo, em momentos em que Pat se encontrava mais nervoso e nas sessões de acompanhamento com o Dr. Patel, que, quando submetido a certas questões, aquele movia-se pela sala, não conseguindo ficar quieto no seu lugar.

Na minha opinião, o filme “Guia para um Final Feliz” acaba por suavizar uma história que envolve graves doenças psicológicas como é a bipolaridade, os distúrbios obsessivo-compulsivos e traumas ninfomaníacos, entre outros, sendo que, na vida real, não aconteceria de forma tão “fácil” como o filme nos faz transparecer. No entanto, importa mesmo é salientar a esperança que o filme transmite aos espectadores que, ao se reverem na história, podem sonhar também com o seu próprio final feliz.

[Sítio: www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/distúrbios-de-saúde-mental/considerações-gerais-sobre-cuidados-com-a-saúde-mental/considerações-gerais-sobre-a-doença-mental]

Beatriz Jesus, nº6, 12º A, ESPAM

Prof.ª Helena Marques

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